Costumamos estar sempre tão no automático, que nos esquecemos que por trás de cada pacote no supermercado, existem uma série de processos até chegar àquele ponto. Na indústria alimentícia, uma das etapas mais comuns são as de trabalhos em vapor. Estas são as responsáveis pelo cozimento, desidratação, pasteurização, entre outros.
Quando passeamos pelos corredores do supermercado, é fácil esquecer que, para cada pacote colorido nas prateleiras, a indústria alimentícia utilizou uma infinidade de processos para suas preparações. Quer se trate de cereais, bolos, biscoitos ou pêssegos em calda, tudo deve ser cozido no vapor, desidratado, pasteurizado ou tratado de outra forma para caber nas latas, caixas e pacotes.
Para cada um desses processos, as válvulas são empregadas de várias maneiras, especialmente no gerenciamento de vapor, o componente mais importante do processamento de alimentos.
Com a segurança do alimento em jogo, o controle de qualidade e da quantidade do ar quente é um trabalho desafiador para as válvulas, atuadores e sistemas de controle.
Padrões a serem seguidos nos processos
Sendo segurança a palavra de ordem, muitos regulamentos e normas estão em vigor em todo o mundo. No entanto, existem poucas diretrizes específicas, e nenhuma é aceita como padrão universal para gerenciar a qualidade e a pureza do vapor, que entra em contato direto com o alimento ou o processamento.
No Brasil, temos como regulações básicas as diretrizes da ANVISA e as legislações federais que regulamentam a matéria, sendo:
– Potabilidade da água: Portaria MS nº 518, de 25 de março de 2004.
– Água na indústria de alimentos: Portaria SVS/MS nº 326, de 30 de julho de 1997.
Os diversos graus de vapor na indústria alimentícia
Vários graus de vapor são usados nesses processos, e cada um tem seu próprio nível de risco de contaminação. Cada um também apresenta seus próprios desafios para a escolha de equipamento no controle do processo.
Plantas de vapor
As plantas de vapor são o grau mais baixo da indústria. Ou seja, é o ponto de partida para tudo que é usado no processamento de alimentos e bebidas, já que não entram em contato direto com o alimento. Em outras palavras, são usadas em trocadores de calor ou para a geração de água quente, em tanques de ebulição e outras áreas.
Os produtos mais comuns aqui são: água suavizada, água tratada com osmose reversa ou água
alcalinizada. Essas, quando bem tratadas, são de fácil manuseio e causam poucos problemas de corrosão. Assim, as válvulas tipicamente usadas nesses sistemas são padrão na indústria, incluindo modelos como gaveta, globo e retenção.
Vapor filtrado ou culinário
O próximo nível de vapor é o filtrado ou culinário. O vapor culinário é usado em processos para
higienizar o sistema de processamento. Eles são chamados de “Clean in Place” (CIP) e empregados para garantir o nível adequado de higiene em tubulações, válvulas, conexões e componentes relacionados nos sistemas da indústria alimentícia.
Nesses sistemas são frequentemente usados drenos, bombas, medidores de pressão, válvulas de alívio de pressão e controles associados apropriados.
Vapor limpo
O mais alto grau de vapor é o limpo e normalmente gerado a partir de água purificada em um equipamento dedicado para isso. Essa é a área em que os alimentos ou bebidas estão em contato direto com o vapor.
Para criar vapor limpo, é usado um gerador secundário com um sistema de água de alimentação controlada. O produto requer o uso de tubulações e componentes de aço inoxidável que eliminem o potencial de corrosão de purgadores de vapor, válvulas e tubulações em geral.
Como em outros sistemas de tubulação de processo sanitário, uma preocupação primordial no
processamento de alimentos e bebidas é a necessidade de facilitar a limpeza. Por essa razão, o
interior de todos os componentes, incluindo as válvulas, deve ser muito suave e livre de fendas que possam entupir ou sejam difícil de limpar por meio de processos padrão.
A maioria das válvulas de contato com alimentos é feita de aço inoxidável 316 para resistência à corrosão (ou 316L se a válvula tiver conexões de extremidade soldadas), embora outras ligas sejam usadas para certas aplicações. Uma diferença importante entre as válvulas de aplicação geral e aquelas feitas para o serviço de alimentação é que elas tendem a ser forjadas ou usinadas, ao invés de fundidas. Isso ocorre porque as válvulas fundidas são mais propensas a ter poros, enquanto as outras são mais densas e sem cavidades ocultas.
Outros processos que utilizam válvulas
Embora muitas das válvulas usadas no processamento de alimentos e bebidas estejam em linhas de vapor, esses certamente não são os únicos locais que usam os instrumentos. Por exemplo, criogenia pode ser usada no transporte e processamento de peixes. As válvulas usadas nesse processo devem ser especialmente robustas para lidar com as temperaturas muito baixas, como válvulas borboleta, com corpos em aço inoxidável, ideal para essas condições adversas.
A homogeneização do leite, manteiga, entre outros também é uma área na qual as válvulas desempenham um papel essencial. Nesse caso, elas são usadas para produtos moderadamente abrasivos, como óleos vegetais e, para tal, válvulas esfera são as mais indicadas.
O que tudo isso mostra é que o processamento moderno de alimentos não poderia ocorrer sem uma ampla gama de válvulas, atuadores e controles e, à medida que os métodos de processamento melhoram, o mesmo acontece com o equipamento que torna esses métodos possíveis.
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